quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Com carinho, Diana.


Olá querido. Não sei bem como iniciar, porém, estou tentando.
Estou escrevendo para não esquecer você, quer dizer.. Escrevo por que não quero esquecer você!
Gosto de lembrar do seu sorriso, de seus olhos, o formato do seu rosto...
Não quero que desapareça esses detalhes de minha mente.
Desejo mais dias de outono, embaixo de uma árvore perdendo suas folhas.
Desejo mais noites de frio, deitada por cima de seus ombros.
Estou velha e as doenças aparecem com mais frequência...
Venho me mantendo firme, e por isso eu escrevo: sobre você e para você.
Amanhã poderás ser um estranho para mim, irei lhe fazer chorar por minha memória falha.
Eu lhe peço desculpas antecipadamente, por não ser mais aquela jovem com vigor físico e mental.
Quero que lembres do meu amor por você, e mesmo eu me esquecendo, irei te amar, para sempre.
Com os meus dedos trêmulos e enrugados, deixo meus sentimentos neste papel...
Estou na cama de um hospital e creio que não mais ficarei aqui.
Antes de você retornar, talvez eu tenha ido embora. Por isso deixo esta carta para você...
Se eu não resistir, só quero que você saiba que eu te amo, meu anjo.

*E o coração para de funcionar, Diana não mais se encontra entre nós.*

Nadine Bovet

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Você está ancorado em meu peito


Navego por este mar imenso, sem ter um destino certo à seguir. Tempestades e fortes ondas tentam atrapalhar a minha jornada sem rumo. Me mantenho segura e prossigo viajem, pois sei que algum dia o sol estará refletindo no horizonte e neste horizonte irei lhe encontrar, e em terra firme poderei jogar a âncora para atracar o meu barco, que hoje chamo de coração.

Nadine Bovet

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Carta de um amor secreto



"Eu gosto de você desde as nossas primeiras conversas à mais de seis meses atrás. Muitas coisas ocorreram em nossas vidas, assim eu omitindo os meus reais sentimentos por você. E até hoje os escondo para não sofrer, pois, tenho medo. Medo de também lhe fazer sofrer. Mas, eu te amo não é de hoje, nem de ontem. Já faz muito tempo que sinto isto por ti. É como se tivéssemos uma ligação, todas as vezes que conversamos sinto aquilo que eu sentia por você antigamente. Não entendo muito bem. Apenas, te amo. E não é pouco! Em minha mente sempre serás meu e de mais ninguém (sou bastante egoísta).. Meu amor por ti creio ser platônico, não me importo, apenas arquiteto momentos lindos ao seu lado e os guardo apenas para mim, em um armário grande, onde guardo minhas memórias mais bonitas. Eu nunca irei lembrar de você como algo ruim. Você me fez reviver aquele sentimento bom, aquele ‘amar’ dentro de mim. Te agradeço desde já, meu lindo, meu anjo, meu amor. Todas as vezes que não o encontro para conversar sinto sua falta. Você é o único rapaz que não me julga nem mesmo quando estou errada. Eu sinto um aperto no peito por não poder contar que eu te amo mais do que uma amiga. Espero que você leia com carinho e pense em quem poderia ter escrito esta carta para você.."  

Nadine Bovet

[Conto] Por favor! Uma dose bem forte de amor, carinho e respeito.


E mais uma vez me deparo com a desilusão, é algo muito amargo para ser provado, mas, sempre faz com que acordemos para a realidade, fazendo com que não cometemos os mesmos erros. Nós percebemos que aquela pessoa não era a certa para nós, assim, tentando buscar sempre algo melhor para sermos felizes. 
É muito triste ter de admitir a perda, causa insegurança por dentro, e muitas vezes dizemos não querer mais encontrar outra pessoa, por que pensamos no sofrimento já passado.
Mais uma desilusão, e novamente me vejo no bar de um restaurante que frequento sempre, estou sentada em um banco giratório de cor preta, encostando meus cotovelos sob o grande balcão de madeira, atrás dele está o bar-man, atendendo aos pedidos de vários bêbados animados e engomados, talvez comemorando um aumento salarial. E eu estou lá, pensando, no que fiz de errado para tal sofrimento. Logo, o bar-man vem em minha direção e me pergunta o que estou querendo beber. O olho por um instante, com os olhos marejados de lágrimas, rapidamente respondo: "- Por favor! Uma dose bem forte de amor, carinho e respeito.." O bar-man me olha com uma expressão bastante espantada, tal pensou que eu já estava bêbada, mas na verdade, não sabia o que estava ocorrendo comigo, é claro que a sua resposta seria 'não', é difícil se encontrar essas três coisas em um bar. Mas, antes mesmo dele dizer qualquer coisa eu retornei a falar: "- Ah! Não tem? Tudo bem. Não é por isto que irei desistir de procurá-la e tomá-la. Mas, enquanto não a encontro você poderia me dar whisky? Obrigada." 

Nadine Bovet

sábado, 3 de dezembro de 2011

Não te esqueças de mim


Penso sobre minhas condições e quero meus retratos jogados ao acaso por cima da cama, envelhecidos pelo tempo. Quero que o acaso se case com o pré-determinado. Que você lembre-se de mim, depois de uma vida inteira e com um sorriso no rosto. Que você continue sorrindo com minha ausência e minhas fotos guardadas no fundo do se armário. Guardadas junto com minhas cartas cheias de versos quebrados numa caixa de sapatos com o cheiro do perfume que eu usava na juventude, comprado com o restinho das suas
gorjetas ao piano naquele bar sujo.
Que você sinta saudades de mim. Mas que seja uma saudade daquelas que temos certeza que vamos nos encontrar com a pessoa em breve, e sorrimos resignados com a expectativa. Que não seja um adeus e sim um até breve. Que você lembre-se de mim sempre que comer chocolate. E que toda vez que alguma criança cair e machucar o joelho você dê boas risadas lembrando-se do dia em que aconteceu comigo e você fez o curativo, me chamando de desastrada.
Não te esqueças de mim que não me esquecerei de você. Não vou esquecer de como o formato dos seus olhos ficam quando você sorri, nem de como você sorri feito criança, sem abrir os olhos, logo após acordar. Nem de quantas vezes, mesmo depois de uma noite inteira de trabalho, você parou para me ouvir durante meu café da manhã e seu jantar. Não te esqueças de mim que não me esquecerei de como seus dedos de pianista brincavam em minha barriga, tocando um Für Elise imaginário, com a música dentro de minha cabeça. Não te esqueças de mim que não me esquecerei de você.

Aline Guimarães

[Conto] Quando tiver de ser, será.



Sempre tive um certo medo de me apaixonar, pois, eu poderia fazer alguém sofrer. Mas na verdade, quem não gostaria de sofrer seria eu mesma, assim usando essa desculpa.
Os anos vão se passando e minhas amigas felizes veem ao meu encontro me convidando para seus casamentos. Estão mais velhas, com seus trabalhos fixos e suas casas próprias, e ainda mais montando uma família, com a pessoa que elas mais gostam.
Enquanto eu, estou sozinha e velha ao mesmo tempo. Finjo que estou bem e com um sorriso forçado me vejo no casamento de uma de minhas amigas. Ela está deslumbrante, com véu e grinalda, desfilando até o encontro de seu amado. O seu noivo e futuro esposo está em um traje fino, aparenta nervosismo e ao mesmo tempo animação. Os convidados estão todos de pé (para receber a noiva). Estou na segunda fileira dos bancos de madeira, ao lado de um desconhecido que por sinal está bastante cheiroso, o olho discretamente, mas logo ele percebe, retorno a olhar para minha amiga radiante, quando sinto uma mão encostando em meu braço. Era o rapaz, ele me dera um sorriso simpático, como se quisesse conversar comigo, retribuo o sorriso e retorno a admirar a cerimônia.
As palavras belas vindas do padre, as juras de amor, as promessas, a troca de alianças, e então, o beijo. Surgiram muitos aplausos excitados por entre a igreja, alguns estavam emocionados, outros entediados, mas eu, estava pensando se ficaria sozinha para sempre.
Todos foram até o salão para festejar o casamento, cumprimentei os noivos carinhosamente e logo sentei em uma mesa com quatro lugares, um casal sentou ao meu lado, e logo depois, o rapaz da cerimônia sentou-se na ultima cadeira da mesa. Nos olhamos por um bom tempo, trocando simpatias (como sorrisos). Ele resolveu se aproximar mais de mim. Ambos permaneceram em conversas formais e sem contato físico. Um rapaz educado, maduro e que estava solteiro. Passamos um bom tempo conversando, fazia mais de uma hora de conversa. E logo a noiva chamou as moças solteiras para pegar o buquê. Fiquei sentada, pois não queria disputar e até sair machucada por um buquê. O rapaz sorriu e ficou olhando discretamente pra mim. Sinceramente, não sabia o que ele estava pensando à meu respeito, mas gostaria de saber.
A noiva joga o buquê, uma senhora de meia-idade no meio de jovens eufóricas consegue pegá-lo. Fotos e mais fotos são retiradas daquele momento que ficará guardado na memória de minha amiga e de seu esposo para sempre. Formam um casal bastante bonito.
Retornando à mesa, o rapaz continua a conversar comigo e demonstra bastante interesse em me conhecer, aos poucos vamos contando coisas mais íntimas a nosso respeito, e mais tarde estamos trocando telefones. Nos despedimos com beijos no rosto e ambos vão à locais opostos.
Me aproximo do casal recém-formado e desejo tudo de bom para o futuro deles. Saio da festa e vou à minha casa.
No dia seguinte, por volta das nove horas da manhã, acordo com o telefone tocando. Era o rapaz da festa, me convidando para passear no parque mais tarde. Sinto um certo nervosismo por conta disto, mas logo aceito.
Esperando por ele no parque, vou comprar um sorvete de morango. Estou sentada em um dos bancos brancos quando ele chega. Sorrindo vem ao meu encontro. Nos cumprimentamos e andamos em direção ao lago, conversando. O rapaz me diz que ficou encantado comigo e sem jeito tenta segurar em minhas mãos, assustada, escapo de suas mãos, dando a entender que não esperava por isto. Ele tenta novamente se aproximar de alguma forma de mim e desta vez já entendendo, o deixo tocar em minhas mãos. Ficamos nos olhando por um tempo, e logo ele se aproxima cada vez mais de mim, assim encostando seus lábios nos meus. Tive medo de que ambos gostassem daquele momento, mas, após um certo tempo, o medo se foi e me deparei com a paixão surgindo de minha parte. Paramos de nos beijar. O rapaz pôs suas mãos em meu rosto e deu mais um sorriso. O olhei um pouco sem jeito, mas, deixei que ele me guiasse pelo parque. Nos sentamos no banco branco e ficamos a admirar o pôr-do-sol. Com nossas mãos entrelaçadas, percebi que ele desejava bastante permanecer por um longo tempo comigo e sem querer se afastar jamais.
Após alguns dias nos encontrando e nos conhecendo acabamos namorando. E hoje eu é quem estou desfilando pela igreja e aquele rapaz daqui à alguns minutos será o meu esposo.

Nadine Bovet